Portugal é um país repleto de história, tradições e mistérios.
Entre as belezas naturais e as cidades históricas, as lendas portuguesas emergem como verdadeiros tesouros culturais, transmitindo valores, lições e a rica herança de um povo.
Hoje, vamos embarcar numa viagem fascinante pelo mundo das lendas que habitam as nossas terras, cada uma delas repleta de ensinamentos e encanto.
Lenda da Moura Encantada
As moiras, ou mouras encantadas, são seres fantásticos do folclore português e galego que possuem poderes sobrenaturais.
As Mouras encantadas são descritas como espíritos que são obrigados, por uma força oculta, a viverem num estado de entorpecimento ou adormecimento, até que uma determinada acção quebre o encanto.
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Antigos relatos populares afirmam que estas moiras são almas de donzelas que foram deixadas a guardar os tesouros escondidos pelos mouros.
Lenda do Pulo do Lobo
Segundo a tradição popular, o nome «Pulo do Lobo» deve-se ao estreito do rio Guadiana, que era tão afunilado que permitia que os lobos o atravessassem a salto.
Numa das margens do rio vivia uma princesa, enquanto na margem oposta morava um rapaz camponês que se apaixonou por ela.
Eles encontraram-se várias vezes, até que o pai da princesa descobriu a relação e, após uma ameaça inicial sem efeito, recorreu a uma bruxa que lançou um feitiço sobre o rapaz: se ele saltasse o rio novamente, transformaria-se num lobo.
Apesar do aviso, o rapaz saltou e a sua transformação aconteceu.
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O casal continuou a encontrar-se, mas o rei, percebendo que o feitiço não funcionou, reuniu a aldeia para persegui-los.
Para escapar, decidiram atravessar o rio em busca de liberdade, mas a princesa não conseguiu chegar à outra margem e afundou-se nas águas turbulentas.
Desolado pela perda, o rapaz-lobo atirou-se ao precipício e também foi levado pelas correntes do rio.
Rainha Santa Isabel
Isabel de Aragão, esposa do rei D. Dinis, é uma figura histórica envolta em lendas.Diz a lenda que D. Dinis desaprovava a sua política social de proximidade.
Num certo dia, o marido surpreendeu-a durante uma de suas ações de solidariedade, perguntando-lhe o que ela tinha no colo.
Isabel levava pão para dar aos mendigos, mas, sabendo que isso desagradara ao rei, disse que eram rosas. Seria uma resposta perfeita se não fosse Janeiro, mês em que as rosas não florescem.
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A rainha percebeu que havia sido descoberta e abriu o seu manto. Em vez de pão, rosas caíram-lhe do colo. Estava feito o primeiro milagre
Lenda da Espada de D. Sebastião
Diz a lenda, que Dom Sebastião em terras da Madeira, onde o monarca esteve de passagem a caminho da Ilha Encoberta, decidiu que já não precisava do seu equipamento de guerreiro.
Assim, após descansar alguns minutos nesta ilha, pegou na sua espada e atirou-a para longe — uns dizem que foi em direção à Penha d’Águia, outros afirmam que a lançou para a Ponta do Garajau.
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D. Sebastião // By Cristóvão de Morais
Em ambos os casos, os locais são de difícil acesso, tornando praticamente impossível que alguém conseguisse recuperar a espada do rei.
Tal como a Excalibur do Rei Artur, a espada perdurou apenas na imaginação dos habitantes da ilha, onde esta narrativa nos chegou já sob a forma escrita, no início do século XX.
Lenda de S. Martinho
Conta a lenda que, num dia frio e tempestuoso de outono, um soldado romano chamado Martinho cavalgava pelo seu caminho quando se deparou com um mendigo com muita fome e frio.
Reconhecido pela sua generosidade, Martinho retirou a capa que usava e, com a espada, cortou-a ao meio, oferecendo uma das metades ao mendigo.
Mais à frente, encontrou outro homem necessitado e decidiu dar-lhe a outra metade da capa.
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São Martinho // cortinadopassado
Sem a sua capa, Martinho prosseguiu a sua jornada, enfrentando o frio e o vento, quando, de repente, como por milagre, o céu se abriu e a tempestade desapareceu.
Os raios de sol começaram a aquecer a terra e o bom tempo prolongou-se por cerca de três dias.
Desde então, todos os anos, por volta do dia 11 de novembro, surgem esses dias de calor, que ficaram conhecidos como o “verão de S. Martinho”.
O Legado das Lendas
À medida que chegamos ao fim da nossa exploração pelas lendas portuguesas, é impossível não sentir o fascínio que estas histórias exercem sobre nós.
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Cada narrativa carrega consigo não apenas um pedaço da história, mas também os sentimentos, valores e sabedoria de gerações passadas.
Estas lendas, enraizadas na cultura e tradições do nosso povo, são um convite para olharmos com mais atenção para o nosso património e para a rica tapeçaria de histórias que nos une
Fontes: radiocampanario.com, infopedia.pt
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