Sintra é uma linda e romântica vila portuguesa situada no distrito e área metropolitana de Lisboa. É Património Mundial da Humanidade e Paisagem Cultural classificada pela UNESCO.
Sintra é um verdadeiro Tesouro Histórico, onde se encontram vestígios desde a idade do Bronze às diversas épocas da História de Portugal, sem descurar a época romana e a ocupação muçulmana.
Apesar de ser um dos centros urbanos mais populosos de Portugal, tem recusado ser elevada ao estatuto de Cidade.
Palácio da Quinta da Regaleira // http://acrosstheuniverse.blog.br
Sintra é um testemunho de quase todas as épocas da história portuguesa e, no âmbito contextual de natureza, arquitetura e ocupação humana, Sintra evidencia o que hoje se considera uma paisagem cultural única no panorama da história portuguesa.
Sintra é seguramente um dos destinos mais belos e românticos de Portugal, onde reis e rainhas se apaixonaram e que escritores e poetas, como Eça de Queiroz e Lord Byron, registaram para sempre nas suas obras.
Lazer
Descobrir Sintra:
Um passeio pelas praias, os jardins exóticos, os parques exuberantes com caminhos entre árvores centenárias, os palácios de decoração fantástica, os pequenos lagos com recantos e as ruínas fingidas no meio da natureza, são decerto inspiradores para os maravilhosos lugares que pode visitar:
Monte da Lua
O Monte da Lua é um daqueles lugares cheios de magia e mistério onde a natureza e o Homem se conjugaram numa simbiose tão perfeita, classificado pela UNESCO como Património da Humanidade.
Monte da Lua // livetheworld.com
Palácio da Vila
Na praça principal, vemos o Palácio da Vila com as suas duas chaminés cónicas, tão caraterísticas, que servem de bússola para voltar a este ponto de encontro.
Datado de finais do século XIV, foi lugar de passeio de muitos reis ao longo da História de Portugal.
Cada sala é decorada de forma diferente e tem uma história a conhecer, para além de o interior ser uma surpresa, pois é um verdadeiro museu do azulejo, com aplicações desde o séc. XVI, do início da sua utilização em Portugal.
Palácio da Vila // thatch.co
Palácio e Quinta da Regaleira
É um palácio do séc. XIX, embora pareça ser mais antigo, com uma decoração que impressiona, rica em simbologia maçónica.
Muito perto da entrada da Regaleira, fica Seteais, um palácio do séc. XVIII atualmente transformado em hotel. Vale a pena entrar nos jardins e ir até ao miradouro, de onde se vê o Palácio da Pena, o Castelo dos Mouros e o mar ao longe.
Quinta da Regaleira // Photo by Rémy Penet on Unsplash
Parque da Pena
Antes de entrar no refúgio botânico do Parque da Pena, visite o Chalet da Condessa D’Edla e suba ao Palácio que Richard Strauss apelidou de “Castelo do Santo Graal”. Pelo caminho, é imperativo passar pelo Castelo dos Mouros. É um testemunho da presença islâmica na região, construído entre os séculos VIII e IX e ampliado depois da Reconquista.
Chalet da Condessa D’Edla // hortensetravel
Palácio da Pena
Um dos palácios mais românticos de Portugal, uma reconstituição fantasiosa e revivalista, ao gosto do romantismo oitocentista, que se ficou a dever à paixão e imaginação do rei artista D. Fernando de Saxe-Coburgo Gotha, consorte de D. Maria II.
Palácio da Pena // Photo by Alexey Komissarov on Unsplash
Museus, Parque e Convento
Para além de outros museus de interesse, merecem grande destaque o Parque de Monserrate, com o seu exótico palácio neogótico, e o Convento dos Capuchos, construído no séc. XVI utilizando cortiça como revestimento dos pequenos espaços, seguindo os preceitos de pobreza da Ordem de São Francisco de Assis, contrastando com os outros palácios.
Palácio de Monserrate // Photo by Håkon Åreskjold on Unsplash
Práticas ao ar livre:
Perto de Lisboa, as praias da costa de Sintra, de areia dourada e fina, são das mais procuradas.
- Praia das Maçãs
Enquanto a Praia das Maçãs, é mais apreciada para banhos de sol e mar, os desportistas preferem a Praia Grande, onde se realizam diversas competições nacionais e internacionais ligadas ao surf, bodyboard e ao skimming. No entanto, há uma piscina de água salgada para quem gostar de um “mar” mais tranquilo.
Praia das Maças // surfiberia
- Azenhas do Mar
As Azenhas do Mar, com o casario na falésia, também com a sua piscina de água salgada e uma pequena praia que desaparece na maré cheia, é uma das mais cénicas e vale bem o passeio, Assim como a Praia da Adraga, entre as arribas.
- Cabo da Roca
Para completar o percurso pela costa de Sintra, há que ir ao ponto mais ocidental do continente Europeu, o Cabo da Roca, «onde a terra acaba e o mar começa», e deslumbrarmo-nos com a vista e a força do mar.
Cabo da Roca // By Olga1969 – Own work, CC BY 4.0, commons.wikimedia.org
- Escalada
Para superar limites, existem locais com boas condições para praticar escalada. A Pedra Amarela e o Penedo da Amizade são conhecidos pela dificuldade, mas a sensação de liberdade ao atingir o topo é indescritível, ao ter a melhor vista sobre a Vila de Sintra.
Num dia bonito, e sem nuvens, a serra é também um lugar de excelência para a prática de parapente e asa delta.
- Trilhos
Existem também muitos trilhos para passeios pedestres e rotas de orientação para conhecer os mistérios desta paisagem.
De duração variável e dedicados a várias temáticas, desde a natureza à cultura, adaptam-se a todos os graus de dificuldade.
Um dos mais bonitos vai da Praia Grande, onde é possível ver uma jazida de onze trilhos de dinossauros e pegadas isoladas gravada na falésia, até ao Cabo da Roca, a 100 m acima do oceano.
Gastronomia
Dos pratos de carne, destacam-se o leitão de Negrais, a carne de porco às Mercês, o cabrito e a vitela assada.
Carne de Porco à Mercês // sintranoticias.pt
O litoral da região de Sintra é abundante em peixe fino, mariscos e moluscos. Assim, é possível comer um apetitoso robalo ou sargo, deleitar-se com um polvo, ou saborear mexilhões e percebes.
Na doçaria, o destaque vai, inevitavelmente, para as queijadas de Sintra, doce ancestral que vem, pelo menos, da Idade Média.
Mas há outros que merecem ser provados: os travesseiros, os pastéis da Pena, as nozes de Galamares, os fofos de Belas, a par de um conjunto de compotas tradicionais fabricadas segundo métodos tradicionais.
Pasteis da Pena // piriquita.pt
A acompanhar qualquer refeição, é indispensável o vinho de Colares, com a famosa casta Ramisco, um dos primeiros da carta de vinhos de Portugal.
Atividades económicas
O turismo é uma das principais atividades económicas no concelho, devido ao vastíssimo património arquitetónico existente e também devido aos seus recursos naturais.
História
Do Paleolítico e Neolítico à Idade do Bronze e do Ferro, passando pelo Período Romano, depois pelo domínio muçulmano, da fundação de Portugal (a 9 de Janeiro de 1154, D. Afonso Henriques outorga Carta de Foral à Vila de Sintra) aos Descobrimentos, Sintra que sobreviveu ao Terramoto de 1755, tem o seu período áureo situado entre o final do séc. XVIII e todo o séc. XIX.
Aqui chega, no Verão de 1787, William Beckford, hóspede do 5° marquês de Marialva, estribeiro-mor do reino, residente na sua propriedade de Seteais e é aqui que a ainda princesa D. Carlota Joaquina, mulher do regente D. João, compra, no princípio do século XIX, a Quinta e o Palácio do Ramalhão.
William Beckford // cm-sintra.pt
Entre 1791 e 1793 Gerard Devisme constrói na sua extensa Quinta de Monserrate o palacete neo-gótico.
O apogeu deste desenvolvimento extraordinário da paisagem de Sintra foi atingido com o reinado de D. Fernando II da dinastia de Saxe-Coburgo-Gotha (1836-1885).
Muito ligado a Sintra e à sua paisagem, pela qual nutria um grande afecto, este rei-artista implantaria aqui o Romantismo de uma forma esplêndida e única para as regiões mediterrânicas.
O rei adquiriu o Convento da Pena situado sobre uma montanha escarpada e transformou-o num palácio fabuloso e mágico, dando-lhe a dimensão máxima que apenas um romântico de uma grande visão artística e de uma grande sensibilidade estética podia sonhar.
Parque da Pena // serradesintra.net
Além disso, D. Fernando II rodeou o palácio de um vasto parque romântico plantado com árvores raras e exóticas, decorado com fontes, de cursos de água e de cadeias de lagos, de chalets, capelas, falsas ruínas, e percorrido de caminhos mágicos sem paralelo em nenhum outro lugar.
O rei tomou também o cuidado de restaurar as florestas da Serra onde milhares de árvores foram plantadas, principalmente carvalhos e pinheiros mansos indígenas, ciprestes mexicanos, acácias da Austrália, e tantas outras espécies que contribuem perfeitamente para o carácter romântico da Serra.
Sintra: Inspiração
Entre a segunda metade do século XIX e os primeiros decénios do século XX, Sintra tornou-se um lugar privilegiado para artistas.
Músicos como Viana da Motta; músicos-pintores como Alfredo Keil; pintores como Cristino da Silva (o autor de uma das mais célebres telas do romantismo português, Cinco Artistas em Sintra); escritores como Eça de Queiróz ou Ramalho Ortigão, todos eles aqui residiram, trabalharam ou procuraram inspiração.
Lord Byron // theguardian.com
Muitos outros artistas foram seduzidos por Sintra. Sintra foi transformada em arte escrita, pintada, cantada e recordada por Byron, Christian Andersen, Richard Strauss e William Burnett, entre outros.
Sintra é a verdadeira e única capital do Romantismo.
“Sintra é o único lugar do país em que a História se fez jardim, porque toda a sua legenda converge para aí e os seus próprios monumentos falam menos do passado do que de um eterno presente de verdura.
E a memória do que foi mesmo em tragédia desvanece-se no ar ou reverdece numa hera de um muro antigo, em Sintra não se morre – passa-se vivo para o outro lado.
Porque a morte é impossivel no vigor da beleza. E a memória do que passou fica nela para colaborar.”
“Louvar Amar”, Vergilio Ferreira.
Fontes: cm-sintra.pt, sintraromantica.net, visitportugal.com, infopedia.pt
Capa: recordtours.pt/
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