Café Procope, é um café histórico localizado em Paris, França.
É conhecido como um dos cafés mais antigos do mundo, fundado em 1686 por Francesco Procopio dei Coltelli, um imigrante siciliano.
Ao longo dos séculos, o Café Procope tornou-se um ponto de encontro muito popular para intelectuais, escritores e revolucionários, desempenhando um papel significativo na vida social e cultural de Paris.
Origem
Francesco Procopio aprendeu a actividade sob a liderança de um imigrante arménio chamado Pascal, que tinha um espaço na rue de Tournon onde vendia refrescos, incluindo limonada e café.
A tentativa de Pascal de gerir este tipo de negócio em Paris não foi bem sucedida e foi para Londres em 1675, deixando o espaço para Procopio.
Francesco Procopio // wikipedia
O Café Procope abriu durante a era em que os cafés se tornaram centros importantes para encontros sociais e discussões intelectuais na Europa.
Inicialmente, era referido como um “antre” (caverna ou gruta) porque era muito escuro no seu interior, mesmo quando o sol brilhava no exterior. Após várias renovações, Procopio instalou no seu novo café, peças que no presente são padrão nos cafés europeus modernos, tais como os candelabros de cristal, espelhos de parede e mesas de mármore.
Sorte
Em 1689, a Comédie-Française abriu as suas portas no teatro em frente ao Café Procope.
Comédie-Française // wikipedia
Desta forma, o café começou a ser frequentado por muitos atores, escritores, músicos, poetas, filósofos, revolucionários, estadistas, cientistas, dramaturgos, artistas de palco, autores e críticos literários.
Clientes Famosos
O café recebeu muitas figuras notáveis ao longo da sua história. Os filósofos do Iluminismo, Voltaire, Rousseau e Diderot eram visitas frequentes, assim como os líderes revolucionários posteriores, Marat, Danton, Robespierre e Paul Verlaine. No século XIX, atraiu escritores como Victor Hugo e Honoré de Balzac.
Voltaire e Diderot no Café Procope // martinezfinecoffees.com
Relevância na Revolução Francesa
O Café Procope foi um centro de debate político durante a Revolução Francesa. Diz-se que as figuras revolucionárias da época usaram o café como local para trocar ideias e traçar estratégias.
O Club des Cordeliers costumava realizar as suas reuniões no Café Procope, juntamente com Danton e Marat, que praticamente viviam no seu pátio. O local impulsionava o movimento revolucionário, sendo muito frequentado por Robespierre e os Jacobinos.
Paul Verlaine no Café Procope // relaisdulouvre.com
Herança de hábitos
O Café Procope além de ser um local de consumo de café em Paris, também introduziu o hábito dos gelados aos parisienses, numa época em que estas iguarias eram consideradas luxuosas.
Crédito Fotográfico: relaisdulouvre.com
Arquitetura e Ambiente na atualidade
O Café Procope, nos dias de hoje, mantém muito do seu charme histórico, com a decoração e mobiliário da época que evocam a sua longa história. É um lugar popular para turistas curiosos e interessados no seu enorme legado e vastíssima herança.
O restaurante tem dois pisos; com muitos salões decorados ao estilo francês do século XVIII.
Crédito Fotográfico: relaisdulouvre.com
O Café Procope continua a funcionar como café e restaurante, atraindo tanto cidadãos locais como turistas. Oferece um menu com cozinha tradicional francesa e mantém uma atmosfera que reflete o seu passado ilustre, com os preços a combinar.
O Café Procope permanece como um testemunho do legado cultural duradouro de Paris, combinando a sua rica história com experiências gastronómicas modernas.
Apesar da sua fama, fechou em 1872 devido a problemas financeiros, reabrindo na decada de 1920, como café, sob um formato diferente, mas mantendo o mesmo nome, em homenagem ao café original. Desde o seu renascimento, o café tem acolhido várias cerimônias de entrega de prémios literários, incluindo o Prix Procope des Lumières, dedicado a ensaios políticos, filosóficos e sociais.
Crédito Fotográfico: relaisdulouvre.com
O Café Procope adquiriu o status de maior café literário do mundo e, por mais de 200 anos, todos aqueles que tinham um nome ou aspiravam a fazer um, fosse no mundo das letras, das artes ou da política, frequentavam o local.
Café Procope, um património cultural com centenas de anos, sem fim à vista!
Crédito de Capa: Jean-Marie Hullot from France – Le Procope