Óbidos, é uma bela e encantadora Vila portuguesa, de origem romana e circundada por fortes muralhas, sede do município da região Oeste, situada na província histórica da Estremadura e no distrito de Leiria.
É uma verdadeira e encantadora “joia portuguesa”, com edifícios históricos e casas brancas pitorescas com janelas coloridas e floridas, que dão ainda mais encanto e charme ao local.
Com uma atmosfera muito simpática e pacata que transporta quem a visita para o período da Idade Média, época que esta vila viveu com todo o seu esplendor.
Com ruas de pedra e as lojas que as preenchem repletas de artesanato e um grandioso castelo que fica na parte mais alta da vila, a região é o destino perfeito para quem gosta de explorar as histórias e tradições locais e poder participar nas maravilhosas festas medievais, comemorações natalícias e nos deliciosos festivais de chocolate.
Dos recantos e jardins fechados da zona da antiga medina à presença do Gótico, passando pelo renascimento e Barroco, a Vila é uma extensa obra de arte talhada, reconstruída ao longo de vários séculos.
Cultura
Também conhecida como Vila literária e Vila Natal recebe estas denominações fruto da criatividade e graças aos prolongados eventos que aqui têm palco ao longo de todo o ano, aliados ao facto de ser uma vila repleta de história e de cultura, Óbidos renova-se a cada dia.
A vida cultural é intensa e única. Grandes eventos temáticos marcam os dias do ano e a Literatura veio dar novo fôlego com um encanto e ambiente propícios a momentos especiais em família.
Lazer
A Lagoa de Óbidos, que divide os concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, é local de prática de desportos aquáticos ao longo de todo o ano. Aqui poderá desfrutar de momentos relaxantes e de lazer enquanto pratica vela, windsurf, canoagem, remo, kiteboard, jet ski náutico, stand up e paddleboarding.
Um extenso areal, a perder de vista, traça o caminho natural para belos passeios ao longo das margens da lagoa, que se constitui como o sistema lagunar mais extenso da costa portuguesa.
Lagoa de Óbidos
Terá cenários deslumbrantes e um profundo encontro com a Natureza ao observar a vida selvagem de várias espécies no local.
Gastronomia
No que diz respeito à gastronomia, o grande destaque vai para a Ginja de Óbidos, bebida em copo de chocolate. Mas também para a caldeirada de peixe da Lagoa de Óbidos, as enguias fritas e o ensopado. Na doçaria imperam os doces conventuais como a lampreia das Gaeiras, os alcaides ou os pastéis de Moura.
Festival do Chocolate de Óbidos
Atividades Económicas
As principais atividades económicas que aqui se praticam são o turismo, a agricultura e o comércio. Na agricultura, destacam-se a produção de fruta, produtos hostículas e vinha. No concelho, as indústrias dominantes são as alimentares, de bebibas, proteção civil, têxtil (vestuário e calçado), imobiliário e a extrativa. Dependentes da lagoa, existem ainda a pesca e a apanha de moluscos bivalves.
Artesanato
A cerâmica é um produto tradicional da região, e neste campo, destaca-se a artista Josefa de Óbidos que, para além da pintura, dirigiu ainda uma oficina de cerâmica artística que influenciou em grande escala as tipologias de cerâmica que na vila se produziam.
Sobressaem também os trabalhos em verga, os cestos em vime, verga de cerâmica, olaria tradicional, miniaturas, mantas de retalhos e trapos, azulejaria e bordados.
História da Vila de Óbidos
Habitada desde a época do Paleolítico Inferior, a zona de Óbidos sempre se mostrou apelativa ao homem.
Os primeiros sinais de uma ocupação mais organizada correspondem ao povo Celta, num castro voltado a poente, cuja fundação terá ocorrido por volta de 308 a.C..
Sabe-se que houve tentativa de conquista por parte dos Fenícios que, ao fracassar, travaram comércio com o povo que dominava a região. No século I d.C., no entanto, as defesas celtas falharam perante os Romanos, que tomaram a vila através da água da lagoa que banhava o castelo nessa altura.
A Origem do Nome
Daqui surge, segundo alguns autores, o nome que viria a denominar a Vila, pois, na formalização da conquista, o chefe do exércitos romano terá reportado a Júlio César a sua vitória indicando que tal só teria sido possível pelo braço de mar, portanto devido a “Ob id os” (“por causa desta boca”), embora se defenda também que o nome Óbidos descenda da denominação mais apropriada de “Oppidum”, que significa Vila fortificada.
Com o declínio do Império Romano, vários povos tomaram conta da Lusitânia ou Portugal, entre eles os Alanos, os Suevos e os Godos, e aos quais se sucederam as invasões Árabes, que permaneceram nesta terra entre 711 e 1148, tendo, entre outras coisas, desenvolvidos as ciências.
A Porta da Traição
Em Novembro de 1147, e após conquista de Lisboa aos mouros, D. Afonso Henriques decide-se pela conquista de Óbidos por saber que esta era uma praça muito mais forte que outras como Torres Vedras ou Alenquer.
Assim, liderados por Gonçalo Mendes da Maia, “O Lidador”, um grupo de cavaleiros investiu durante a noite pela parte nascente da terra enquanto os restantes militares portugueses chamavam a atenção dos Árabes na porta do Castelo a poente, hoje chamada “Porta da Vila”.
Porta da Vila
A Reconquista
Desta forma, puderam os cavaleiros deslocar-se na parte nascente do Castelo, cobertos de arbustos e moitas, tendo apenas sido descobertos pela filha de Ismael, o Alcaide moiro, que suspeitou das moitas andantes. O Alcaide ao ver que estava a ser invadido, julgando que para ali conseguirem os portugueses chegar só poderia ter sido traído por algum dos seus, gritou como sinal de alarme as palavras “traição, traição”, pelo que esta porta, que se encontra na base da torre D. Diniz, ficou conhecida como a “Porta da Traição”.
De acordo com a história, foi valente a batalha, quer pelos cavaleiros quer pelos restantes militares que, sabendo da entrada dos cavaleiros por norte, se dispuseram a entrar pela porta da frente, permitindo a conquista do Castelo de Óbidos aos Mouros em 10 de Janeiro de 1148.
Graças ao modo relativamente fácil em como o Castelo tinha sido tomado pelos Cavaleiros de D. Afonso Henriques, foi fundada uma memória a Jesus crucificado e à Virgem da Piedade. Intitulado o Cruzeiro da Memória, podemos encontrar uma Cruz de Pedra onde permanecem de um lado Cristo Crucificado e do outro Nossa Senhora da Piedade.
Santuário do Senhor Jesus da Pedra
Levou a cabo também a concretização de um pequeno nicho à Porta da Vila onde mandou colocar uma imagem de nossa Senhora da Piedade.
A vila fez ainda parte do pentágono defensivo estratégico idealizado pelos Templários.
Óbidos – A casa das Rainhas de Portugal
Foram muitas as rainhas que por Óbidos passaram e contribuíram para o desenvolvimento da vila. D. Catarina, por exemplo, mandou edificar o aqueduto e chafarizes pela vila.
O terramoto de 1755 fez-se sentir com grande intensidade, tendo várias partes da muralha, alguns templos e edifícios cedido.
Uma vila de grandes batalhas
A região de Óbidos foi ainda palco de várias batalhas da guerra peninsular contra os franceses.
Já em 1973, num contexto diferente, Óbidos foi palco de uma das reuniões que levaram ao Movimento dos Capitães, na Sede da Sociedade Musical Recreativa Obidense, que desencadeou a revolução de 25 de Abril de 1974.
Para mergulhar ainda mais no fascinante universo da história, cultura, gastronomia, lugares, negócios, curiosidades e diversos outros temas, explore outros artigos aqui na Tuguinha. A nossa missão é dar a conhecer uma ampla variedade de conteúdos aprofundados e intrigantes que vão enriquecer o seu conhecimento e satisfazer a sua curiosidade. Não perca a oportunidade de explorar tudo o que a Tuguinha tem para oferecer!
Fontes de Conteúdo/Fotografias: cm-obidos.pt, turismodocentro.pt, vivernocentrodeportugal.com,segurospromo.com, Discover Portugal, Time Out, Artesanato Português, Travel in Portugal, PontoPt