Existem livros que têm sido censurados e proscritos ao longo da história pelos mais variados motivos, muitas vezes devido a conteúdos políticos, religiosos ou sociais considerados controversos ou ameaçadores por governos, organizações ou a própria sociedade.
Muitos livros enfrentaram proibições ou censura, sendo proscritos por longos períodos de tempo, alguns enfrentaram supressão total durante décadas ou até séculos, dependendo dos factores políticos ou culturais das épocas.
Livros proscritos e censurados por longos periodos de tempos:
“A Bíblia”
A Bíblia foi proscrita em certos momentos da história, particularmente na Europa medieval, quando a Igreja Católica restringiu traduções para as línguas vernáculas.
Por exemplo, a tradução da Bíblia para inglês por William Tyndale (1526) foi proscrita, e o próprio Tyndale foi executado em 1536. Versões da Bíblia permaneceram restritas ou proibidas em certas regiões durante séculos.
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O livro foi proibido como parte de esforços para controlar a doutrina religiosa ou evitar interpretações não autorizadas.
Além disso, a Bíblia foi proscrita em alguns regimes comunistas modernos (por exemplo: Coreia do Norte, União Soviética e China) durante décadas devido ao ateísmo imposto pelo Estado.
“O Manifesto Comunista” de Karl Marx e Friedrich Engels
“O Manifesto Comunista” foi proscrito em muitos países durante a Guerra Fria, especialmente em democracias ocidentais e colónias sob domínio imperialista europeu, onde o comunismo era visto como uma ameaça ao capitalismo e à ordem social.
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Também foi proibido em regimes fascistas, como a Alemanha nazi. Embora algumas destas proibições tenham sido levantadas desde então, a sua circulação continua restrita em áreas politicamente sensíveis até aos dias de hoje.
“Os Versículos Satânicos” de Salman Rushdie
“Os Versículos Satânicos” foram proscritos desde a sua publicação em 1988, em muitos países, incluindo o Irão, Paquistão, Arábia Saudita e outros.
O livro permanece proibido em vários países de maioria muçulmana até hoje, tornando-se uma das proibições mais longas na história contemporânea.
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As principais razões para a proibição são acusações de blasfémia e suposta zombaria do Islão.
“Ulisses” de James Joyce
O romance de James Joyce foi proscrito nos EUA, no Reino Unido e em outros países devido ao seu estilo experimental e à descrição aberta da sexualidade humana.
A proibição nos Estados Unidos durou 11 anos após a sua data de lançamento oficial e foi levantada somente após uma decisão judicial histórica em 1933, que considerou a obra de elevado mérito literário.
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Razão para a proibição: Acusações de obscenidade devido ao conteúdo sexual explícito.
“Mein Kampf” de Adolf Hitler
“Mein Kampf” foi proscrito na Alemanha durante mais de 70 anos (1945–2016).
Após a Segunda Guerra Mundial, “Mein Kampf” foi proibido em vários países europeus, incluindo Alemanha, Áustria e Polónia, devido à sua ideologia de ódio e associação com o Holocausto.
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Na Alemanha, a proibição da publicação terminou oficialmente em 2016, quando os direitos autorais passaram para o domínio público, embora a sua venda continue a ser rigorosamente monitorizada, sendo as edições anotadas as mais comuns.
“O Decamerão” de Giovanni Boccaccio
“O Decamerão” foi proibido durante vários séculos pela Igreja Católica, a partir de 1559.
A coleção de novelas de Boccaccio foi proscrita em vários países devido aos seus temas sexuais e às críticas ao clero. Foi incluída no Index Librorum Prohibitorum (Índice de Livros Proibidos) da Igreja Católica desde 1559 até à abolição do índice em 1966, o que faz com que a sua proibição tenha durado mais de quatro séculos.
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Razões principais para a proibição: Conteúdo sexual explícito e perceção de imoralidade.
“Os Contos de Cantuária” de Geoffrey Chaucer
“Os Contos de Cantuária” foram efetivamente proibidos durante séculos em contextos religiosamente conservadores.
As histórias medievais de Chaucer enfrentaram censura e supressão devido às suas passagens lascivas e às críticas à Igreja. Embora hoje seja amplamente considerado um clássico, edições completas eram difíceis de obter em certos contextos religiosamente conservadores (desde o século XV em diante).
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Razões principais para a proibição: Uso de conteúdo sexual, linguagem vulgar e sátiras sobre figuras religiosas.
“O Diário de Anne Frank” (1947)
O Diário de Anne Frank enfrentou censura devido a alegações de que desafiava certas crenças políticas ou sociais. Foi esporadicamente proibido ou questionado por alegações infundadas de que seria “pornográfico” ou “demasiado deprimente”.
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“Admirável Mundo Novo” de Aldous Huxley (1932)
“Admirável Mundo Novo“ foi proibido por ser considerado anti-religioso, anti-família e por conter temas sexuais.
O romance foi proscrito ou contestado em vários países, incluindo Irlanda e Austrália, devido ao seu comentário sobre um futuro distópico caracterizado pelo controlo reprodutivo, promiscuidade e controlo estatal.
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“O Triunfo dos Porcos” de George Orwell (1945)
A crítica alegórica de Orwell sobre a Revolução Russa e o totalitarismo foi proscrita em alguns países comunistas, como a União Soviética e a Coreia do Norte.
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Razões principais para a proibição: Crítica política, desafio à autoridade e aos regimes autoritários e crítica à propaganda.
Tempos Atuais
Atualmente, as proibições de livros ainda ocorrem em várias partes do mundo.
Embora as proibições diretas por parte dos governos sejam menos comuns em algumas regiões, especialmente em nações democráticas, continuam a existir restrições em muitos países e comunidades por razões políticas, religiosas ou sociais.
Além disso, os desafios e as proibições ainda persistem em escolas, bibliotecas e instituições públicas, à medida que os debates sobre valores culturais, morais e educacionais continuam.
Lutar contra as proibições de livros é uma parte essencial para proteger a liberdade intelectual, a liberdade de expressão e o acesso a ideias diversificadas e inclusivas.
As proibições de livros sufocam a criatividade, limitam a educação e suprimem as vozes de comunidades marginalizadas.
Saia da sua zona de conforto e leia livros que desafiem as suas crenças. É confrontando novas perspetivas que crescemos, aprofundamos a nossa compreensão e descobrimos o verdadeiro poder da empatia e do pensamento crítico.
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